Sinto falta de rir verdadeiramente.
Sinto falta de ser feliz com toda gente.
Correr e cair, sem medo de me machucar.
Sempre ter quem me amparar quando chorar, sem ao menos
precisar me explicar.
Um beijo e um "Vai passar logo" era tudo que eu
precisava.
Um abraço era o que mais apreciava.
Tudo era tão simples.
Agora tudo que sei é obstruir a verdade.
É sorrir para o mundo sem vontade.
É fingir estar bem quando estou para gritar.
É engolir em seco as palavras e com elas engasgar.
É fazer o que me deixa infeliz, por obrigação.
É fazer amizades sabendo que não endentem minha condição.
É fingir otimismo quando não há.
É prender o canto do sabiá.
Agora entendo como é ser pássaro engaiolado.
Entendo como é ser preso e encaixotado.
Queria que me dissesse: desde quando isso vem acontecendo?
Já estou enlouquecendo.
Estou farta do desespero, do desânimo e do cansaço.
Estou farta da ignorância, da brutalidade, da ironia,
violência e da maldade.
Escrevo este breve bilhete como súplica de que volte a ser como
outrora.
E que eu possa voltar a sorrir observando o nascer da
aurora.
Thais Cristina
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