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Dança das memórias



Tuas mãos,
Desenhavam-me as curvaturas,
Divagando sem pressa alguma.
Teu suor,
Salgava-me os lábios.
Teu toque,
Ditava-me o pulsar do coração.
Teu perfume,
Numa dança louca e frenética,
Se mistura a mim:
Somos um só.

Um arrepio era tudo que precisava;
Que eu precisava para entrar em transe.
Em transe eu queria me encontrar agora.
No transe do teu olhar.
Mas tudo é como se me fosse negado.
O gozo do teu simples sorriso,
Não me pertence mais.
E tudo que eu tenho agora,
São memórias.
Então me agarro a elas.
Me recuso a deixar que desapareçam.
Por isso estes versos,
Para que se façam eternos,
Mesmo que pra mim.

Mas, mesmo com o pesar ainda,
Eu não me engano;
Ainda resta uma esperança:
No exato momento em que a gravidade falhar,
E o efeito gravitacional vier à tona,
Assim como Júpiter- Plutão,
Perfeitamente se alinhar,
Como uma raridade,
Mas ainda, creio eu, existente;
Aí estarei com ti novamente.

E voltarei a minha sanidade,
No teu aconchego,
Junto com as estrelas.
E deixarei eternamente este mundo,
Pra viver contigo seja onde for.
Abandonar a loucura é o que mais anseio,
Desde que tu partiste,
Sem ao menos dizer adeus.

Ainda sinto inveja das ondas,
Às quais tu confiantes seu último suspiro.

Escrito por: Thais Cristina









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