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Mostrando postagens de maio, 2018

Eu sou minha pior inimiga

Hoje sou minha pior inimiga. A imagem refletida no espelho gera, quase simultaneamente, uma rejeição; nada agrada. Nunca me encaixei no padrão das meninas que atraíam olhares nos corredores da escola. Pelo contrário, ainda lembro das piadas que me acompanhavam no ensino fundamental. O volume do meu cabelo, meus traços grossos e minhas pernas finas sempre despertava uma risada abafada. Aos 12 anos entrei na corrida pela aceitação, não minha, mas das pessoas em volta. Estica o cabelo a cada 3 meses, mesmo que queime e doa. Faça maquiagem, mas não muito; garotos odeiam maquiagens fortes as revistas dizem. Seja doce e gentil, não se imponha, isso assusta os homens também. Por fim, continue correndo em busca das curvas fartas e simétricas. Aos 16 anos meu coração recebia a visita daquele que viria bagunçar toda minha vida. Diferente dos demais garotos da época, ele me achava atraente e me fez sentir melhor comigo mesma. Mas também me fez sujeitar a meias palavras e meias certezas. Eu

Dança das memórias

Tuas mãos, Desenhavam-me as curvaturas, Divagando sem pressa alguma. Teu suor, Salgava-me os lábios. Teu toque, Ditava-me o pulsar do coração. Teu perfume, Numa dança louca e frenética, Se mistura a mim: Somos um só. Um arrepio era tudo que precisava; Que eu precisava para entrar em transe. Em transe eu queria me encontrar agora. No transe do teu olhar. Mas tudo é como se me fosse negado. O gozo do teu simples sorriso, Não me pertence mais. E tudo que eu tenho agora, São memórias. Então me agarro a elas. Me recuso a deixar que desapareçam. Por isso estes versos, Para que se façam eternos, Mesmo que pra mim. Mas, mesmo com o pesar ainda, Eu não me engano; Ainda resta uma esperança: No exato momento em que a gravidade falhar, E o efeito gravitacional vier à tona, Assim como Júpiter- Plutão, Perfeitamente se alinhar, Como uma raridade, Mas ainda, creio eu, existente; Aí estarei com ti novamente. E voltarei a