D iga-me quais são os segredos Que teu coração esconde Do reflexo inverso do seu eu Do sabor da sua língua afiada Diga-me quais são os segredos Por trás dos vidros da sua alma Que me deleitam o subconsciente Preenchendo-me com fantasmas Diga-me quais são os teus segredos A sua escuridão que assombra seus sonhos Eu quero conhecer esse seu lado Abraça-lo e acaricia-lo Engula os teus segredos Que você atualmente expõe Com qualquer pessoa ou coisa Desses não faço questão Engula os teus segredos Sobre coisas corriqueiras Que não acrescentaram E não valem minha atenção Viva comigo teus segredos Que estão a flor da pele Presentes no toque e no som Esses são mais que segredos São teus dons Samantha Carlla Silva Costa

Bem me quer. Arranco uma pequena planta do seu pequeno espaço de repouso, para tentar me convencer por uma antiga superstição do seu interesse por mim. Seu nome e rosto ecoam na minha mente e de repente toda a paisagem na minha frente não chega aos pés do fio de memória que emana como um filete de alguma nascente de água, sem pedir permissão de onde brotar e da intensidade que surgirá. Curvo me em direção ao solo e sento na terra onde sei que em algum lugar você involuntariamente toca o chão. Me sinto conectada com toda energia de movimento e de tempo- espaço que me ligam a você de alguma forma. Puxo a primeira pétala. Ela se vai ao vento de encontro ao chão. E então começo a ter outra visão de você. Mal me quer. Em algum lugar da minha alma, sinto o rasgo de outra cicatriz entre tantas ao pensar em você. Ao mesmo tempo em que sua forma nos meus pensamentos é um escape da minha realidade, ela também é o caminho para o poço do meu próprio desespero. Não estar com você ao meu lado